Entrevista com a banda Venosa

A banda de Rock nacional Venosa teve sua origem na cidade de Uberlândia (MG). É conhecida pelos seus covers nacionais e internacionais, e também por suas músicas autorais. É composta por 5 integrantes, sendo eles o vocalista Hugo Barata, o guitarrista Marlon Xavier, baixista Diogo Machado, tecladista Guilherme Vidal e o baterista João Guerra.

Como vocês se conheceram e como veio a ideia para a criação da banda e do nome Venosa?

Hugo: Eu já conhecia o Marlon, pois ele sempre foi o mais famoso de todos nós, ele é o melhor guitarrista de Uberlândia e eu sempre o admirei. Nos conhecemos no ramo da música mesmo, cada um com o seu trabalho. Nós sempre chamávamos o Guilherme como Free Lancer.

Guilherme: A gente se conheceu porque eu tocava em uma banda e você foi fazer um free na época do Sob Medida e tínhamos sempre convidados, era uma banda “mutante”, com vários bateristas e eu entrei moleque com 18 anos, era um repertório muito abrangente e de vez em quando o Hugo fazia umas músicas com eles. Em 2006, quando você me chamou para fazer o acústico, fomos para Rio Quente e eu fazia projetos pontuais com a Dogma, e o que ele me conta, era que na época da formação do Venosa ele iria me chamar, mas foi uma época conturbada que eu estava planejando me mudar para o Egito, mas não deu certo, e então eu voltei a tocar com os amigos das antigas e nos encontramos nos festivais de banda, aí ele me refez o convite e eu aceitei. O sonho do João era viver de música, e como eu o achava muito competente, o indiquei para a Venosa.

Hugo: Comecei a cantar em 1993, e naquela época era muito rock, o mais rock’n roll de todos os tempos, a década de 90 foi muito forte, tinha os Grunges, os New Punk, que era o Green Day, e eu sempre gostei muito disto, foi o que me fez cantar, me fez querer cantar. Quando chegou o ano de 2000, eu estava em uma banda que não estava fazendo isso, então resolvi sair e montar a minha banda de rock. A primeira pessoa em que eu pensei foi o Marlon, ele participava de uma outra banda, então fui em um show em que ele estava tocando, e no intervalo eu fiz o convite e ele aceitou. A Venosa foi um marco de um novo momento, pois nós queríamos fazer um esforço maior para poder viver de música, nós já vivíamos dela, mas queríamos fazer algo nosso, uma música nossa principalmente. A intenção principal era esta, de fazer um som autoral, trazer um profissionalismo para o rock que sempre foi visto como algo de garagem. Então ensaiamos muito, investimos em equipamentos e hoje estamos colhendo os frutos disto, são nove anos de batalha, para hoje enfim colher os frutos. Então, em 2000 criamos o Dogma e em 2009 criamos a Venosa. O nome Venosa, é curioso, eu já estava procurando um nome para a banda há muito tempo, então o nome Dogma era muito bom, porém as pessoas sempre confundiam com algo de banda gospel, nada contra, mas não éramos uma banda gospel, queríamos algo com mais vida, mais real, que tivesse relação com o prazer da carne, da seriedade de ser um ser humano. Então, no lugar mais improvável, eu vi um livro de direito de um autor que se chamava Silvio Venosa, então eu gostei do nome Queria um nome pequeno e inusitado então pesquisei o nome na internet e encontrei num dicionário: Venosa provém do latim Venoso, disse do sangue que corre nas veias rumo ao coração. Aí eu pensei tem tudo a ver, é uma coisa que tem vida, ai eu gostei, achei muito legal.

Se vocês não fossem músicos, quais profissões vocês gostariam de seguir?

Hugo: Eu fazia faculdade de administração, mas não me formei, a música falou mais alto, mas penso que eu estaria administrando alguma coisa por ai. (risos)

Guilherme: Eu comecei com direito, e depois fui para o Jornalismo na UFU, mas a música falou muito mais alto, então fui seguir o meu sonho.

João: Eu não iria fazer nada que não fosse música, eu trabalhava antes em tele Marketing, mas meu sonho mesmo sempre foi tocar.

Marlon: Eu estaria dando aula em uma faculdade, mas sempre seria trabalhando com música.

Quais são seus maiores ídolos na música?

Hugo: Como cantor eu gosto do Elvis Presley e do Fred Mercury, Paul mcCartney, Steven Tyler. Como artista, gosto do Jonh Lenon, pois gosto desta inquietude, desta coisa de questionar, provocar, por isso gosto muito dele.

Marlon: Nosso gosto é muito parecido, Supertramp, Iron Maiden, inclusive toquei com o primeiro vocalista, Beatles, AC/DC, Queen entre outras, são muitas. Gostamos de bandas nacionais como Titãs, Barão, Paralamas do sucesso, Legião Urbana, são bandas nacionais que nos dão muito orgulho.

João: Guns N’ roses. Eu estava na sexta série quando tocou no recreio sweet child o’ mine, então eu fui atrás procurar o nome, CDs e escutar, Iron Maiden também. Sempre gostei deste estilo um metal mais leve.

Guilherme: Tenho gostos muito variados para o dia a dia, lambada, Beto Barbosa, Luis Caldas. Essas coisas que surgiram antes do É o Tchan eram muito mais legais, gosto dos anos 80, essas bandas “tecladistas” como Manhattan, Duran Duran, Modern Talking. Caras que são referências no meu instrumento, não no meu gênero mas Guilherme Arantes, Ivan Lins, para mim a trilha sonora perfeita eram a dos finais do ano 80 e 90.

Quais as maiores dificuldades passadas pela banda em cantar rock nacional? E quais são as metas da venosa?

Hugo: Na verdade, nós fazemos rock internacional e nacional, mas optamos por fazermos músicas autorais nacionais, porque não víamos sentido em fazer em inglês. Nosso trabalho quer ter uma profundidade do rock, também trazer um questionamento, indagação, posicionamento e é o grande “pé fincado” na arte do Rock, de contestar o status quo, querer mudar e isso sempre me seduziu no rock e sempre vai me seduzir, e posso falar pela banda também. A grande dificuldade é a própria língua, parece que o português não encaixa muito sonoramente no rock, no inglês há vários jeitos de se dizer a mesma frase, já o português é muito cheio de pré- posições e coisas que não dá pra se tirar. Tem uma música nossa que diz muito isso: “Abre os olhos e comece a sonhar”, sonhar é colocar metas, as nossas metas são várias, fazer um show inteiro do nosso trabalho autoral, e a meta de gravar outros discos, esta é real.

Você pode seguir a banda nas seguintes plataformas abaixo:

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