A importância dos serviços de streaming para ascensão de novos ritmos nas paradas de sucesso
- Josias Ribeiro
- 16 de abr. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2022
O impacto das novas plataformas para a dominação do brega-funk e forró no Brasil
Desde o carnaval de 2018 com o estouro do hit Envolvimento de Mc Loma e as Gêmeas lacração, vimos o brega-funk ter um crescimento permanente nas paradas musicais do país. Este sucesso colaborou para que músicas como o forró Recairei de Os Barões da Pisadinha e Meia Noite (Cê tem meu whatsapp) de Tarcísio do Acordeon tivessem uma maior aceitação do público.

O brega-funk é um ritmo que mistura funk, forró e batidas do eletrobrega. Com surgimento no nordeste do Brasil, o estilo musical traz nomes como MC Loma e as Gemêas Lacração, Dadá Boladão, Mila e Thiaguinho MT. A partir desses, nomes como Anitta, Pabllo Vittar, Jerry Smith e Kevin O Chris também se aventuraram e lançaram músicas do gênero.
Em um país com cultura tão diversa e marcante igual o nosso, álbuns e ritmos musicais regionais podem não ter tanto espaço ou destaque nas paradas de sucesso a nível nacional, como é comum com o sertanejo, por exemplo. Apesar disso, as plataformas de streaming surgiram para provar o contrário e dar uma nova oportunidade para estes artistas,e os números não deixam mentir.
O forró, apesar de já ter um grande destaque e influência no país, não alcançava números tão elevados comparado a outros ritmos populares nacionais. Com a disponibilização e popularização de plataformas como Spotify, gigantes como Barões da Pisadinha, Tarcísio do Acordeon e Xand Avião puderam ver suas músicas alcançarem a primeira posição na principal parada de música atualmente.
Spotify, Deezer, Tidal, Youtube Music e Apple Music são alguns dos serviços de streamings disponíveis atualmente para que qualquer pessoa possa escutar a música que desejar quando quiser. Segundo relatórios financeiros do último trimestre de 2020, o Spotify, por exemplo, chegou a marca de 345 milhões de usuários ativos mundialmente. Pensando artisticamente, é uma grande oportunidade para que artistas desfavorecidos pela indústria tenham seus trabalhos disponíveis para milhões de pessoas por mais de 170 países onde a plataforma se encontra disponível.

É possível observar o impacto que o crescimento de ritmos típicos da região norte e nordeste tiveram nos últimos anos, alcançando índices jamais imaginados, ou melhor, que há um bom tempo já não eram vistos. O forró e suas vertentes sofrem um grande tabu nas grandes estações de rádio fora das suas regiões tradicionais e, com o crescimento dos serviços de streamings como Spotify e Youtube, essa barreira vem se quebrando progressivamente.
O efeito que os streamings oferecem, implica em uma nova geração de possibilidades para as pessoas que não viam mais espaço e oportunidade na indústria. Os números alcançados atualmente nestas plataformas por artistas, cujo espaço em estações de rádio são mínimos, demonstram uma grande chance de repercussão neste novo público modernizado e antenado.
Um grande fenômeno que ocorre, mas a nível mundial, é o crescimento do reggaeton. Já faz um bom tempo desde que nomes como Shakira, Ricky Martin, Luis Miguel e Pitbull se tornaram destaques com tanta importância na indústria. Muitos apontavam que o crescimento destes artistas se devia a um fenômeno momentâneo da música latina, mas que seria passageiro. Atualmente, é possível perceber, com o crescimento de nomes como J Balvin, Maluma, Bad Bunny, Karol G e até mesmo a brasileira Anitta nas músicas mais tocadas no mundo, que esse aumento só não ocorria por falta de oportunidade e espaço.
Já se sabe quais são as formas de consumir música atualmente, as oportunidades estão bem em frente, agora não está mais na “mão” de executivos e poderosos ditar o que consumir e o que se pode intitular como hit, pois todos possuem em seus aparelhos serviços de streaming que oferecem um acervo ilimitado de conteúdo a ser desfrutado, sem distinção de gênero, região ou ritmo.
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