A música de um cromossomo a mais
- Betina Scaramussa
- 22 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Ontem, dia 21 de março, foi dia de celebrar aqueles que possuem um cromossomo a mais. A Síndrome de Down é diagnosticada pela presença de três cromossomos 21 na maioria das células de uma pessoa, assim tendo 47 cromossomos. Não há nada que provoque a síndrome, ela é apenas uma condição da pessoa que deve ser assistida desde do nascimento.
Ainda cedo, bebês escutam sons dentro da barriga da mãe. É a alimentação, as atividades do dia a dia, a forma de falar e cuidar, tudo é percebido. Quando chegam ao mundo, já veem a luz e começam a descobrir o tamanho das coisas do lado de fora. A música faz parte desse processo. Embalados desde a chegada, eles aprendem com o som, a importância de se comunicar e interagir.
Crianças portadores da Síndrome de Down são como outras crianças, precisam de amor, carinho e cuidado. O essencial para elas é o desenvolvimento de habilidades a partir do seu tempo e de estímulos que auxiliam no desenvolvimento psicossocial.
Entre artigos, congressos e eventos, a música é defendida como um importante aliado no crescimento de crianças, adolescentes e adultos portadores da Síndrome. A música é uma forma de inclusão na sociedade. Além do mais, ela é capaz de desenvolver habilidades motoras, ajudar no desenvolvimento e estimular os movimentos.
A harmonia e o som facilitam o aprendizado das crianças com o mundo externo. De acordo com site Incluo, que é uma empresa que ajuda no empoderamento e visibilidade das pessoas com deficiência, a junção das palavras com a melodia convida as pessoas a se movimentarem. Segundo o portal, canções fazem com que mente e corpo se unem para trabalhar em favor do desenvolvimento.
O mineiro Dudu é um personagem fiel à música. Quem conhece ele, com certeza já ouviu os acordes do seu cavaco. Ele é o primeiro músico com Síndrome de Down a gravar um CD e DVD. Logo quando criança, o mineiro esteve ao lado da música e aquilo que começou com a família se tornou um exemplo de inclusão.
Dudu já se apresentou em várias casas de shows em Belo Horizonte e tem carreira solo. O artista já tem mais de 30 músicas de samba e MPB. Além dos palcos musicais, ele já participou de projetos no teatro, entre elas a peça Atrás o Arco Íris em 2010.
A vida de Dudu é um exemplo de que com a música não existem barreiras. A cada nota, a música oferece um mundo de possibilidades. No cenário musical, o único pedido é: celebrar. Que o espaço dos palcos se abra cada vez mais para um mundo diversificado e inclusivo.
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