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As dificuldades de se crescer no mercado da MPB

  • 22 de nov. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 31 de jul. de 2019


Imagem de: Last.fm


O mercado musical nunca foi fácil, principalmente para os iniciantes. A MPB, sigla derivada de Música Popular Brasileira, foi criada em meados da década de 1960, sendo uma junção da bossa nova e cânticos populares, englobando uma mistura de ritmos e gêneros musicais. Tendo como o seu diferencial a fidelidade às raízes da música brasileira, o gênero musical se tornou famoso por ser uma espécie de movimento anti- ditatorial e anti regime militar, contando com grandes referências como os cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethania, Gilberto Gil entre outros.


Inspirados por essas referências surgem outros vários cantores que encontram na MPB a sua entrada para um mercado da música. Entretanto, mesmo com o sonho, acabam encontrando várias dificuldades, sendo elas investimentos, credibilidade e espaço no mercado que atualmente se encontra muito concorrido. Além de se tratar de um gênero híbrido que comporta cancioneiros populares, há dificuldade na divulgação e de espaços no mercado para ela.


Investimentos, experiências e dificuldades no ramo


No ramo da MPB, um dos maiores entraves dos cantores emergentes é pautado na questão do investimento, pois diferente dos outros gêneros, são os próprios músicos que patrocinam a sua carreira, se tornando assim, seus próprios empresários e assessores. Segundo o músico Edson Denizard, 46 anos, o investimento é relativo, porém muito grande. Um músico iniciante pode chegar a gastar em torno de 15 a 20 mil reais, diante disto, alguns mediante falta de recursos, iniciam sua carreira cantando em bares, casas noturnas ou mesmo festivais.


Mateus Oliveira, 20 anos, que iniciou sua carreira na música ainda muito jovem, aos 10, cantando em sua igreja, movido pelo seu amor pela música, começou a cantar em bares, e afirma que a maior dificuldade de quem começa neste local é a aceitação do gênero musical pelo público. “Nos bares, para ter um bom acolhimento do público é necessário tocar o que eles querem ouvir. O sertanejo, por ser o principal estilo musical do momento, é tocado de forma bem constante. Já a MBP é muito difícil de ser tocado. Por não fazer muita fama se torna reduzido”. Segundo ele, tocar em bares sempre gera experiências, e ajuda ao ingressante deste meio a aprender a conviver e a lidar com outros gêneros. “Tocar em bares te ensina a conviver com vários estilos musicais e isso te faz crescer e ter um bom conhecimento musical. Todo estilo de música tem algo a dizer, não somente o MPB”. Em relação à música popular, o que ele tem a dizer é, sem dúvida, a simplicidade.


Cícero Motta, 53 anos, cantor de MPB, afirma que uma de suas maiores dificuldades se encontra na administração de seu trabalho. “Acredito que todo artista, no fundo é um pequeno empresário, porque ele tem um produto que precisa divulgar, vender e colocar no mercado, sempre foi minha dificuldade enxergar a melhor forma de divulgar este trabalho, o maior entrave da minha carreira sempre foi essa questão de gerir e administrar o meu trabalho”.


Edson, que já possui 34 anos de carreira, começou a cantar aos doze anos em bares e conta que a falta de experiência e repertório são um dos maiores obstáculos para os músicos iniciantes. “Quando tudo começa, você ainda não sabe o que é enfrentar quatro horas de música ininterruptas com pequenos intervalos de quinze minutos e depois voltar para o palco novamente, no início da carreira, não se tem ainda um repertório tão vasto, então vai-se aprendendo isso com o tempo, e mais para frente se consegue digerir melhor essas dificuldades”.


A competição como fator no mercado musical e o diferencial do músico desta área


Como todas as profissões e gêneros musicais, a música popular brasileira também gera competições dentro do próprio meio, mesmo sendo extremamente amplo o espaço de atuação, cantores e compositores lutam diariamente por um lugar de destaque de seu trabalho, aumentando assim a concorrência neste ramo.


Segundo Mateus, as competições neste meio musical são sim presentes, mas ajudam como uma forma de estímulo para o artistas. “Para se destacar da maioria é necessário que se tenha um diferencial. A criatividade é uma fuga para a alta competição”

.

Para Edson, a resposta não foi diferente, o mercado é sim muito competitivo, e afirma que para se lidar com isso, é necessário estudar bastante e se aprimorar.


Já segundo Cícero, o diferencial é ser empreendedor e inovador. “É um mercado extremamente competitivo, se você começar a vasculhar na internet, cantores e compositores, que como costumo brincar, são como eu, ilustres desconhecidos, para a grande mídia a quantidade é enorme, o que vai fazer a diferença é a questão de ser empreendedor, de você poder ter uma noção do que acontece no mercado e apesar das limitações, como recursos financeiros entre outros, tem que tentar vislumbrar nesse cenário a melhor forma de divulgar seu trabalho. Acredito que hoje, a melhor forma é a internet”.


A internet como meio de divulgação e o que não pode faltar para quem deseja seguir neste ramo


A internet hoje em dia, é uma das maiores formas de comunicação do mundo, e nela os músicos encontram uma forma de propagação do seu trabalho, pois diferente do meio físico, o virtual oferece aos usuários a oportunidade de um amplo espaço de divulgação, além de ser uma forma de mostrar para o mundo todo um pouco de sua obra, e não foi diferente com Cícero.


O cantor afirma que o meio de propagação hoje em dia é cem por cento virtual. “Você precisa realmente achar os caminhos mais interessantes dentro do mundo virtual, para que depois as coisas possam acontecer no mundo físico, real, isso é realmente uma tarefa complicada”. Para ele, o grande diferencial e o que não pode faltar em quem deseja sucesso neste meio é a capacidade de ser empreendedor, além de muita persistência.


Para o cantor Edson, assim como Cícero, a perseverança é o fator mais importante para um jovem músico. “Perseverança é uma coisa muito importante para quem quer ser músico, principalmente no início da carreira, que é muito difícil. Você tem que estudar muito, comprar equipamentos caros, e até se ver o retorno, demora bastante. O segredo é perseverar, mas as emoções que a gente passa, é o que faz tudo isso valer a pena”.


Já Mateus, o jovem cantor ingressante nesta área, afirma que um grande diferencial para pessoas que desejam seguir neste meio, é a paixão pela música. “Parece meio clichê, mas para trabalhar com isso é necessário gostar demais daquilo que faz. Além disso, dedicação e qualidade musical são requisitos fundamentais para quem quer seguir esse estilo musical.”

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