Gerando fundos nos fundos de casa

Enquanto diversos empreendedores buscam terrenos para abrirem suas gravadoras, Matheus Rosa, de 23 anos, resolveu esse problema montando seu estúdio, Work Music, na parte de trás de sua casa. Em entrevista, Matheus conta como surgiu com a ideia do projeto e quais são suas principais funções e objetivos.

O estúdio visto por fora | Foto: Guilherme Amaral

Como o estúdio funciona? O que você faz aqui?

Hoje o principal é composição. Não é um estúdio de mega produção de um artista grande. A gente trabalha para algumas gravadoras, mas nosso foco é atender o compositor e organizar a composição dele para ser usada por um cantor grande.

Vocês têm uma banda para tocar para o artista ou ele mesmo traz sua banda?

A gente tem uma equipe hoje, que trabalha totalmente online, aqui em Uberlândia, em Mato Grosso, Goiânia e São Paulo. A gente organiza tudo, junta e manda para o artista. Quase 100% das vezes o arranjo é nosso. Depois o cantor grava de novo quando quer mudar o tom.

Aqui nesse estúdio é só você?

Isso, mas tem alguns músicos que trabalham aqui comigo de forma terceirizada. A terceirização é bem grande no mercado da música, por causa do número de atividades. São pessoas que tem seus estúdios e fazem esses trabalhos para a gente.

Qual foi o maior trabalho que fizeram?

Tem muitos trabalhos que não podemos dizer que fazemos (risos).

Como você começou com o estúdio?

Antes de começar, eu trabalhei em algumas gravadoras e viajei acompanhando alguns cantores. Eu comecei no conservatório. Lá eu vi como funcionavam as escolas de música e fiz algumas formações. No meio tempo, eu viajava bastante para tocar, mas não tive muita sorte. Resolvi encarar as aulas de música. Tínhamos um projeto de banda gospel que não deu certo, mas nisso eu acabei adquirindo tudo o que tinha no estúdio que criamos e fui reformando. Já fazia algumas composições e precisava de um espaço para compor, porque a demanda estava aumentando. Meu estúdio ainda é muito pequeno, mas é do jeito que eu imagino. Hoje o objetivo do estúdio é criar e arranjar uma composição para enviar para um artista, ele gostar e vir gravar aqui.

Como funcionam as aulas de música?

São aulas individuais, fazemos algo diferenciado. Uma das minhas especializações é em musicoterapia, então a gente trabalha um lado mais voltado a sensibilidade do aluno, com luzes e sons. No estúdio da para simular um show. Hoje a gente busca mais ensinar como o mercado funciona, como se comunicar com a plateia e dentro do palco, porque os shows hoje são todos programados. Atendemos iniciantes, mas nosso maior público são pessoas que já tocam e querem entender o mercado.

Sala onde acontecem as captações e as aulas | Foto: Guilherme Amaral

Qual é o atrativo do seu estúdio?

O atendimento. Na maioria dos estúdios grandes não há muito tempo para atender a galera, eles focam mais nos artistas grandes. Nosso foco hoje não é trabalhar com esses. Queremos criar uma carreira para um artista pequeno e crescer juntos.