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[Opinião] 5 Seconds of Summer: Da adolescência ao estrelato – um guia para artistas de como se reinventar completamente

  • Foto do escritor: Lorenza de Lourenzo
    Lorenza de Lourenzo
  • 16 de out.
  • 14 min de leitura

Banda australiana mostra como otimizar inovação, introspecção e identidade sonora ao longo de mais de uma década.


Quarteto se estabelece como exemplo de ousadia e evolução constante em sua trajetória na indústria musical | Foto: Bryan Ziff
Quarteto se estabelece como exemplo de ousadia e evolução constante em sua trajetória na indústria musical | Foto: Bryan Ziff

Com uma discografia eclética e uma legião de fãs fiéis ao redor do mundo, 5 Seconds of Summer — apelidada carinhosamente pelos fãs de 5SOS — é uma banda australiana formada em 2011 por alguns adolescentes que tinham o sonho de serem grandes astros do pop punk e deixar Sidney, cidade em que viviam. Apesar do nome, que surgiu a partir de um brainstorming dos membros fundadores durante uma aula na escola, a banda é composta por quatro membros: Luke Hemmings (vocalista), Michael Clifford (guitarrista), Calum Hood (baixista) e Ashton Irwin (baterista).


A jornada da banda começou antes mesmo dela existir, quando Luke começou a postar covers com seu violão no YouTube, expondo sua arte para muitos dos seus colegas de escola. Entre eles, Calum, que se aproximou de  Luke ao descobrir que ambos tinham gostos musicais similares. Michael e Calum eram amigos de infância e sempre estavam juntos, então Michael também começou a conversar com Luke, mesmo não gostando muito dele no início. Com o tempo, os três meninos se tornaram inseparáveis e decidiram formar uma banda.


Foi com muita organização e dedicação que, em dezembro de 2011, eles conseguiram marcar um primeiro show ao vivo como banda no Annandale Hotel. Ainda sem um baterista para acompanhá-los, Michael convidou Ashton Irwin para se apresentar junto da banda. Ao final, apareceram apenas 12 pessoas no show, mas a paixão desses adolescentes pela banda cresceu e Ashton se tornou um membro efetivo do 5 Seconds of Summer.


Os membros começaram a postar covers juntos no YouTube, cantando músicas de artistas como A Day to Remember, Blink 182, Ed Sheeran e Chris Brown, atraindo a atenção da Capitol Records, uma subsidiária da Universal Studio Music, com a qual eles fecharam contrato e lançaram o primeiro EP chamado Unplugged, que continha o primeiro single Out of my limit.


A música seguia o estilo pop punk, com letras simples e uma construção melódica estereotípica do gênero. Porém, foi ela que atraiu a atenção de uma da maiores sensações mundiais da época, o membro da boyband One Direction, Louis Tomlinson, quem retweetou o link do vídeo oficial e foi responsável por transformar o 5SOS na banda de abertura da One Direction durante a turnê de 2013 Take Me Home Tour.


5 Seconds of Summer: o primeiro álbum de estúdio


Lançado em junho de 2014, o álbum homônimo 5 Seconds of Summer representou um ponto de virada na carreira da banda, que até então era vista por muitos apenas como “o grupo de abertura da turnê do One Direction”. O disco contou com a colaboração de produtores experientes, como John Feldmann e Eric Valentine — nomes ligados ao pop-punk e ao rock alternativo na indústria —, o que ajudou a moldar a sonoridade que, por muito tempo, seria a marca registrada do 5SOS. A produção cuidadosa foi fundamental para unir elementos comerciais do pop com a aspereza e energia das típicas guitarras melódicas do punk, criando um som híbrido e único capaz de dialogar com diferentes públicos.


Musicalmente, o álbum aposta em riffs marcantes e batidas aceleradas, graças a grande influência de bandas como Blink-182 e Green Day, porém mantendo a pegada pop estereotípica que tornava a banda comercial e atraente para o público jovem. As populares faixas She Looks So Perfect e Don’t Stop se tornaram hinos de uma geração inteira, traduzindo as emoções intensas vividas pelos adolescentes em versos simples e refrões chicletes. Já músicas como Amnesia revelam uma faceta mais vulnerável, em que a melodia desacelera para dar espaço a letras mais trabalhadas e melancólicas sobre perda e saudade — dando início ao que viria a ser a construção musical única, fluída e emocionante da banda em futuras produções.


Do ponto de vista mais lírico, o disco explora a dualidade entre o inconformismo adolescente e as incertezas emocionais típicas da puberdade, como algumas faixas que celebram a liberdade e a paixão avassaladora e repentina, enquanto outras mergulham em questionamentos mais íntimos e incertezas juvenis. O equilíbrio entre a rebeldia sonora do pop-punk e a lírica próxima das experiências do público alvo foi essencial para que a 5 Seconds of Summer conquistasse seu lugar na indústria musical, estabelecendo o primeiro álbum como um manifesto geracional e um marco na identidade artística da banda.


A recepção crítica do disco foi mista, mas majoritariamente positiva dentro do público-alvo. Enquanto parte da crítica especializada apontou a proximidade do som com o pop comercial da época, destacando a falta de ousadia em alguns arranjos, outra parte reconheceu a habilidade da banda de traduzir referências do pop-punk clássico para uma nova geração que as desconheciam. Comercialmente, o impacto foi imediato: o álbum estreou em primeiro lugar na parada da Billboard 200 e em diversos outros países — como a terra natal dos membros: Austrália! —, vendendo centenas de milhares de cópias ainda nas primeiras semanas de sua estréia. O sucesso confirmou a 5SOS, por mais que ainda amadora, uma banda capaz de dialogar com o mainstream e, ao mesmo tempo, manter uma base de fãs fiel.


O debut não apenas projetou a banda para os holofotes, mas também funcionou como base sólida para que pudessem expandir horizontes musicais e narrativos, sinalizando a evolução artística que os afastava gradualmente do rótulo de “boyband” que os membros tanto desgostam e os aproximava de um status mais autoral dentro do rock contemporâneo.


Sounds Good Feels Good: quando a ousadia começa a se fazer presente


Segundo álbum de estúdio conta com a forte estética de banda de garagem dos anos 2000 | Foto: Sam Ruttyn Newspix/Getty
Segundo álbum de estúdio conta com a forte estética de banda de garagem dos anos 2000 | Foto: Sam Ruttyn Newspix/Getty

A performance do disco homônimo abriu espaço para que a banda ousasse mais em seu segundo trabalho com Sounds Good Feels Good, de 2015. Se o primeiro álbum consolidou a 5SOS como herdeira contemporânea do pop-punk e símbolo da juventude, o segundo demonstrou maturidade crescente, tanto nas letras quanto na sonoridade. A experiência adquirida em estúdios internacionais e a confiança conquistada com os números expressivos de vendas permitiram que os membros tivessem mais liberdade criativa e poder de produção para aprofundarem em temas mais densos, como ansiedade, famílias disfuncionais, crises existenciais e busca por pertencimento. Novamente, a produção contou com John Feldmann, mas desta vez a banda assumiu o protagonismo sem medo, o que refletiu na lírica consolidada que acompanhou o amadurecimento dos adolescentes em jovens adultos. 


O álbum expandiu o repertório da banda com arranjos mais complexos, uso de instrumentos de corda e atmosferas mais densas em faixas como Jet Black Heart, um dos raros casos de músicas que furam a bolha e continuam queridas pelos fãs. Ao mesmo tempo, manteve a energia contagiante e jovem em músicas como She’s Kinda Hot, garantindo a conexão com o público que havia se identificado com a estreia da banda.


Para esse álbum, a recepção crítica foi mais calorosa, já que parte da imprensa reconheceu a evolução criativa da banda e sua disposição em abordar temas mais sombrios e existenciais. Críticos destacaram que, embora ainda houvesse fortes elementos de pop-punk comercial, o disco mostrava que a 5 Seconds of Summer buscava amadurecer junto com sua base de fãs, oferecendo músicas que iam além de simples narrativas adolescentes. Ainda assim, algumas análises apontavam que a banda permanecia presa a fórmula previsíveis do pop comercial em certas faixas, sem arriscar tanto quanto poderia.


Sounds Good Feels Good, apelidada de SGFG pelos fãs, também estreou em primeiro lugar na Billboard 200 e em vários países, conquista que fez da 5 Seconds of Summer a primeira banda australiana a ter os dois primeiros álbuns no topo das paradas norte-americanas. O single She’s Kinda Hot liderou listas internacionais e se tornou um dos mais reconhecíveis do grupo, viralizando no TikTok quase meia década depois de seu lançamento. O desempenho confirmou que o quarteto não apenas tinha fôlego para sustentar a fama inicial, mas também se consolidava como um nome relevante no cenário pop-rock global.


O hiato entre o segundo e o terceiro álbum


Após a intensa agenda de lançamentos e turnês que acompanharam Sounds Good Feels Good, a 5 Seconds of Summer entrou em um hiato que se estendeu por quase três anos, antes de apresentar seu terceiro trabalho em 2018. A pausa foi motivada tanto pelo desgaste físico e emocional dos integrantes, que haviam passado praticamente toda a juventude em turnês globais, quanto pela necessidade de repensar as direções criativas da banda. A rotina exaustiva de shows e promoções começava a cobrar seu preço e os músicos concordaram unanimemente que era hora de se afastar para amadurecer pessoal e artisticamente.


Durante esse período, cada membro se dedicou a projetos pessoais e à experimentação musical longe dos holofotes. Luke Hemmings e Michael Clifford mergulharam em composições e colaborações com outros artistas, explorando sonoridades além do pop-punk com o qual já eram familiares. Calum Hood investiu em compor para outros músicos, fortalecendo sua identidade como letrista, enquanto Ashton Irwin buscou expandir sua técnica como baterista e produtor, aproximando de estilos mais alternativos. Esse intervalo, longe de significar estagnação, funcionou como um momento de reconstrução em que a banda se deu espaço para amadurecer, absorver novas referências e retornar com um som renovado, mais ousado e experimental, que se consolidaria em Youngblood.


Youngblood: o álbum que superou todas as expectativas


Terceiro álbum consolidou sua seriedade e maturidade pelos próprios membros da banda que completavam seus vinte e poucos anos | Foto: Rohan Kelly Newspix/Getty Images
Terceiro álbum consolidou sua seriedade e maturidade pelos próprios membros da banda que completavam seus vinte e poucos anos | Foto: Rohan Kelly Newspix/Getty Images

Em 2018, a 5 Seconds of Summer retornou do hiato com Youngblood, um disco que representou não apenas um renascimento, mas um salto decisivo em sua trajetória artística. Longe da imagem juvenil que marcou os dois primeiros álbuns, a banda abraçou influências do rock alternativo e do pop eletrônico, criando uma sonoridade mais madura, experimental e sofisticada. O single principal, faixa-título do álbum, tornou-se um fenômeno global, dominando rádios e plataformas digitais, ultrapassando bilhões de streams e consolidando o grupo como um dos nomes mais relevantes do pop rock contemporâneo para o público geral — essa música você já escutou!


O impacto do álbum foi maior do que qualquer pessoa teria esperado: o sucesso foi estrondoso. O disco não apenas garantiu recordes de vendas e streaming — alcançando também o topo da Billboard 200 —, mas reposicionou a 5SOS no cenário musical global, agora reconhecida como uma banda que consegue se reinventar e dialogar com públicos além da base de fãs adolescentes. Foi um marco de credibilidade artística, mostrando que o quarteto havia superado o estigma de “fenômeno teen”.


A respeito da sonoridade, Youngblood ampliou horizontes ao incorporar sintetizadores, grooves eletrônicos e atmosferas mais densas, sem abandonar completamente a energia das guitarras que caracterizavam os primeiros discos da banda. Essa fusão entre rock, pop, elementos eletrônicos e novas técnicas de pós-produção musical deu ao álbum um frescor contemporâneo, aproximando-o de tendências globais e, ao mesmo tempo, garantindo originalidade. Faixas como Want You back e Valentine mostraram a versatilidade do grupo, transitando entre o introspectivo e o explosivo, com uma produção mais ousada. Já em Ghost of You, a banda explorou uma balada melancólica e intimista, marcada por arranjos emocionais, que evidenciou sua maturidade interpretativa e conquistou status de destaque entre os fãs, tornando-se a faixa não-single mais escutada da banda.


A evolução lírica também foi notável: as composições passaram a abordar relacionamentos complexos, amadurecimento emocional e o peso da fama sob uma perspectiva mais adulta, sóbria e reflexiva. Esse aprofundamento nas letras revelou uma banda em sintonia com seu próprio crescimento, reconhecendo as transformações pessoais e profissionais vividas ao longo dos anos.


Com Youngblood, a 5SOS finalmente encontrou sua identidade sonora: um equilíbrio entre as raízes pop-punk, a energia do rock e a modernidade do pop alternativo. O álbum simbolizou muito mais do que apenas a consolidação da banda no cenário internacional, também a prova de que era capaz de se reinventar sem perder sua essência, transformando fragilidade e experimentação em pioneirismo criativo. A crítica especializada, de forma geral, recebeu o disco como a obra mais ambiciosa e consistente da carreira da banda até então: alguns elogiaram a coragem do grupo em expandir sua sonoridade e assumir uma maturidade artística, enquanto outros ressaltaram que, embora ainda houvesse resquícios de pop comercial, o salto criativo marcava um reposicionamento fundamental da banda dentro do mainstream.


CALM: o álbum da complexidade e experimentação


A banda não teve medo de experimentar uma nova estética menos limpa e mais conceitual no quarto álbum de estúdio | Foto: Andy Deluca
A banda não teve medo de experimentar uma nova estética menos limpa e mais conceitual no quarto álbum de estúdio | Foto: Andy Deluca

Em 2020, a 5 Seconds of Summer lançou CALM — nomeado com as iniciais dos membros da banda —, um álbum que provou que a maturidade artística demonstrada em Youngblood não foi sorte. O disco marcou também uma mudança importante nos bastidores, já que a banda deixou o selo Capitol Records e passou a trabalhar com a Interscope Records, movimento que representou essa busca por maior liberdade criativa e reposicionamento no mercado musical que a banda expressava desde o álbum anterior. Essa nova fase abriu espaço para que o quarteto expandisse ainda mais seus horizontes sonoros, mergulhando em uma estética mais atmosférica e experimental, mesclando rock alternativo, pop moderno e influências eletrônicas, mas dessa vez com o cuidado de quem já tinha experiência em reinventar a própria identidade.


A sonoridade de CALM destacou-se pelo uso sofisticado de camadas instrumentais e pela valorização de harmonias vocais, transformando a voz de cada integrante em elemento essencial para o impacto das faixas. A abertura com Red Desert já dá o tom do disco, com uma introdução grandiosa que mistura percussões tribais e arranjos vocais potentes, criando um clima épico que evidencia a ambição criativa da banda. Os singles Easier e Teeth consolidam o conceito do álbum, explorando texturas eletrônicas densas, riffs marcantes e uma produção que equilibrava agressividade com sutileza. Já em Old Me, a banda apresentou uma reflexão madura sobre os erros e aprendizados do passado, unindo refrões marcantes a uma melodia nostálgica que dialoga diretamente com o crescimento pessoal e coletivo dos integrantes. Lover of mine, coescrita por Luke Hemmings e Sierra Deaton, também se destacou como uma das composições mais delicadas e introspectiva da carreira do grupo, unindo melodia envolvente a letras confessionais que revelam uma nova faceta emocional — a minha faixa favorita de toda a discografia da banda.


Liricamente, CALM reflete uma banda em plena transição para a vida adulta, abordando dilemas existenciais, relacionamentos marcados por intensidade e vulnerabilidade, além de reflexões sobre identidade e autoconhecimento. Diferente da leve rebeldia adolescente dos primeiros discos, aqui as letras carregam uma carga emocional mais profunda, com versos que falam de ansiedade, da busca por equilíbrio e da dificuldade de conciliar a vida pessoal com a pressão da carreira. Essa densidade lírica, somada à sonoridade sofisticada, tornou o álbum um registro mais íntimo e confessional, capaz de ressoar não apenas com os fãs de longa data, mas também com um público que cresceu junto com a banda.


O impacto do disco foi significativo, mesmo lançado em meio às incertezas da pandemia de covid-19. CALM estreou em posições de destaque nas paradas globais, alcançando o topo na Austrália e no Reino Unido, além de do Top 3 na Billboard 200. A crítica especializada reconheceu o álbum como um passo firme na consolidação da identidade da banda, elogiando a ousadia em combinar sonoridades modernas sem perder a essência do pop-rock que a consagrou. Para muitos analistas, CALM provou que a 5SOS já não precisava se desvincular de seu passado adolescente, já que havia transformado essa herança em base sólida para um projeto maduro, coeso e artisticamente autêntico.


5SOS5: a criação que surge da liberdade artística


Estética do quinto álbum de estúdio foi inteiramente pensada e planejada pela própria banda | Foto: Divulgação
Estética do quinto álbum de estúdio foi inteiramente pensada e planejada pela própria banda | Foto: Divulgação

Em 2022, a 5 Seconds of Summer lançou 5SOS5, um álbum que simboliza o ápice da autonomia criativa do grupo e consolida definitivamente sua identidade artística como única e fluída. Diferente dos trabalhos anteriores, este foi marcado por um maior controle autoral: os próprios integrantes se envolveram intensamente na composição, produção e construção estética do projeto, refletindo a maturidade conquistada ao longo de quase uma década de carreira. O disco foi lançado pelo selo BMG, marcando a independência da banda em relação às grandes gravadoras que haviam guiado seus primeiros passos e traduzindo um momento de confiança plena em sua própria visão musical.


Sonoramente, 5SOS5 é o trabalho mais introspectivo e experimental da banda até então. O álbum combina atmosferas etéreas, sintetizadores minimalistas e arranjos delicados, em contraste com momentos de energia e densidade típicos do rock alternativo. O uso de harmonias vocais, já explorado em CALM, aqui alcança novos patamares, transformando faixas como Complete Mess em exemplos da coesão sonora do grupo. A sonoridade é sofisticada e cinematográfica, refletindo não apenas a evolução técnica, mas também a confiança dos integrantes em arriscar e expandir fronteiras musicais. Nesse contexto, Bad Omens se impõe como uma das faixas mais intensas já compostas pelo quarteto, unindo atmosfera sombria, camadas eletrônicas densas, instrumentos de orquestra e uma interpretação vocal carregada de vulnerabilidade — o tipo de faixa que te faz desejar poder escutar ela como se fosse a primeira vez de novo.


Liricamente, o álbum mergulha em reflexões pessoais profundas sobre amores em transformação, crises de identidade, amadurecimento e vulnerabilidade emocional. A canção Older, em parceria novamente com Sierra Deaton, traduz com delicadeza o medo do tempo e a valorização das conexões humanas, enquanto Carousel aborda o esgotamento emocional diante da vida em constante movimento. Já Take My Hand reforça a marca intimista do álbum, convidando o ouvinte a compartilhar a jornada da autodescoberta dos integrantes e consolidando o tom confessional que permeia o projeto.


5SOS5 estreou no topo das paradas em vários países, além de alcançar posições de destaque na Billboard 200 mesmo com uma promoção de menor orçamento e independente. Mais do que números, o álbum ainda foi celebrado pela crítica como o trabalho mais coeso e maduro da carreira da banda, capaz de equilibrar experimentação e consistência. Para muitos analistas, esse projeto marcou o encontro definitivo da 5 Seconds of Summer com sua identidade sonora: uma fusão entre a energia dos primeiros anos, a ousadia de Youngblood e a introspecção de CALM, resultando em um disco que não apenas consolida a trajetória do grupo, mas também aponta para um futuro promissor e autoral.


Os últimos anos


Após o lançamento de 5SOS5 em 2022 e a turnê mundial que consolidou a nova fase da banda, os integrantes da 5 Seconds of Summer deram início a um período de renovação, marcado por projetos individuais e pela busca de equilíbrio entre a vida artística e pessoal. Luke Hemmings foi o primeiro a investir em carreira solo, com o lançamento de When Facing The Things We Turn Away From em 2021, um álbum intimista e atmosférico que revelou sua faceta mais melancólica e experimental. Ashton Irwin seguiu o mesmo caminho, apresentando Superbloom em 2020, um trabalho autoral que mescla rock alternativo, influências do grunge e uma abordagem lírica profundamente pessoal sobre saúde mental e superação. Michael Clifford, por sua vez, voltou sua atenção para a produção musical e colaborações, até o lançamento de seu álbum SIDEQUEST em julho deste ano (2025), enquanto Calum Hood manteve o foco em composições, tanto para a banda quanto em parcerias externas, porém trabalhou também em um LP próprio chamado ORDER chaos ORDER lançado em junho deste ano (2025).


Paralelamente, o grupo realizou retiros criativos, afastando-se da rotina urbana para se reconectar com a essência da música em ambientes mais tranquilos. Esses encontros funcionaram como laboratórios de experimentação e também como espaços de reconexão pessoal entre os integrantes, fortalecendo a amizade que sustenta a banda desde os tempos de adolescência. Nessas pausas, surgiram novas ideias, demos e reflexões sobre os próximos rumos da 5SOS, reforçando a prática que já se tornou característica do grupo: respeitar o tempo do processo criativo.


No plano pessoal, os últimos anos também marcaram transformações importantes nas vidas dos músicos. Luke Hemmings e Michael Clifford oficializaram relacionamentos de longa data, com Michael se tornando pai em 2023 e Luke em 2025 — ambos pais de meninas!


Ashton e Calum buscaram manter uma vida mais reservada, ainda que compartilhassem com os fãs momentos de crescimento pessoal e amadurecimento fora dos palcos. Hoje, a banda é formada por quatro artistas adultos que equilibram a vida íntima com a carreira internacional, encontrando inspiração em suas próprias experiências para alimentar tanto os projetos individuais quanto o trabalho coletivo.


2025 é 5SOS ao contrário


Banda se prepara para apostar em uma nova estética para o novo álbum | Foto: Reprodução/Instagram @5sos
Banda se prepara para apostar em uma nova estética para o novo álbum | Foto: Reprodução/Instagram @5sos

Para os fãs, o ano começou com uma brincadeira nas redes sociais em que 2025 seria “5SOS ao contrário”, uma referência ao nome da banda invertido. Essa brincadeira, além de representar a vontade que os fãs tinham de escutar novas produções do quarteto, simbolizou também um retorno triunfante da banda que, após uma pausa criativa e projetos solo bem-sucedidos, retorna com um álbum que promete consolidar ainda mais seu legado no cenário musical global.


Em 14 de novembro de 2025, a 5 Seconds of Summer lançará seu aguardado sexto álbum de estúdio, EVERYONE’S A STAR!, marcando o início de uma nova fase na carreira da banda. Este projeto representa uma evolução significativa, tanto musical quanto pessoal, para Luke Hemmings, Ashton Irwin, Calum Hood e Michael Clifford. Gravado entre Los Angeles e Nashville, durante 2024 e 2025, o álbum foi produzido por nomes renomados como Jason Evigan, Julian Bunetta e John Ryan, conhecidos por seu trabalho com artistas como Maroon 5 e Sabrina Carpenter.


O primeiro single do álbum, NOT OK, lançado em 24 de setembro de 2025, apresenta uma sonoridade mais madura e introspectiva. A faixa mistura elementos de indie, pop rock e experimentalismo, explorando temas como dualidade e a aceitação das próprias sombras. Luke Hemmings descreveu a música como uma expressão do lado mais obscuro da banda, refletindo a evolução de suas experiências e emoções.


Com EVERYONE’S A STAR, a 5 Seconds of Summer demonstra uma trajetória de constante evolução musical, equilibrando autenticidade e inovação. Este álbum não apenas celebra o crescimento individual de seus membros, mas também reafirma a banda como uma das mais relevantes e influentes do pop-rock.


As opiniões expressas pelos autores pertencem a eles e não refletem necessariamente a opinião do 4Estações

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