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[Resenha] Ariana Grande sob seu ponto de vista sedutor, íntimo e repetitivo

  • Foto do escritor: Josias Ribeiro
    Josias Ribeiro
  • 26 de abr. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 8 de nov. de 2022


Capa do álbum Positions lançado em nov/2020 | Imagem: Divulgação

Positions é o sexto álbum de estúdio de Ariana Grande, sucedido pelos brilhantes Dangerous Woman (2016), Sweetener (2018) e Thank you Next (2019). Diferente dos seus antecessores, Positions tem como destaque o R&B presente em sua composição, junto com batidas pop e pegadas de trap music. Lançado em 2020, o disco teve sua versão deluxe estreada a pouco mais de dois meses (fev/2021) contendo cinco músicas como bônus.


Nascida em Boca Raton, Flórida, Ariana Grande finalmente conseguiu mostrar aos fãs uma vertente madura e segura almejada desde o início da carreira, que muito se reflete das suas principais inspirações: Whitney Houston e Mariah Carey. Apesar de ter base no R&B, seu primeiro álbum, Yours Truly, ainda não tinha força e consciência musical como o recente trabalho. Positions traz uma vertente mais intimista com foco em um dos grandes sonhos de Grande em um álbum: trabalhar em um disco que, apesar de ter forte presença do pop e trap music - gêneros presentes em sua discografia -, tem como base central o R&B.


O álbum possui em sua estrutura inicial 14 músicas, sem interludes, tendo no encarte os singles Positions e 34+35. Servindo como pontapé inicial da nova era, a faixa título do disco não foi escolhida de modo aleatório. A música apresenta todo o conteúdo presente no álbum de forma primorosa, com fortes e marcantes batidas pop, além do R&B e trap se encontrarem dispostas ao decorrer do trabalho. Alegre e contagiante, Positions trás vocais de apoio que harmonizam com os principais, somando mais um vocal “escondido”. Além de ser um dos maiores acertos da tracklist, a faixa cumpre a função de preparar o terreno para o que está por vir.


Destaque para a participação de Ariana Grande em todas as composições do álbum | Foto: Twitter - @InfoAriana

34+35, de acordo com críticos, pode ter sido escolhida como single por muitos devido ao apoio dos fãs, mas novamente percebe-se ao escutar o disco que foi algo pensado previamente. A primeira faixa do álbum, Positions, explora a temática sexual de modo pontual, algo muito presente na obra, essa já apresenta batidas e composições melódicas mais voltadas ao R&B. Em sua versão remix, a faixa contou com as participações de Doja Cat (presente no álbum com Motive) e Megan The Stallion, fazendo uma junção perfeita.


Além dos singles, o disco conta com faixas primorosas como pov, última faixa na versão original; off the table, que conta com a participação de The Weeknd e prova novamente, desde o último trabalho conjunto Love Me Harder, que essa parceria é uma jogada certeira; just like magic, que traz uma vibe positiva com batidas animadas pro álbum servindo como um dos pontos altos; e Safety net, com a participação de Ty Dolla Sing que fecha os grandes destaques do disco.


É indiscutível o potencial e a força que Ariana Grande possui, vocalmente e midiaticamente, em número de fãs e streamings. Isso é possível ser observado em Positions, com sua exploração nos vocais, utilizando-o como destaque, fundo e preenchimento das canções, além da segurança na execução do trabalho completo em si. Entretanto, Positions traz consigo alguns erros, que talvez não ficassem tão escancarados, se não viessem após trabalhos tão bem produzidos e aclamados.


Podendo facilmente lembrar, visto a produção de algumas canções, trabalhos da Mariah Carey como Glitter (2001) e Charmbracelet (2002), um dos maiores erros do disco é a repetição das batidas. Após escutar cinco canções seguidas já é quase impossível não se perguntar se elas estão em modo repeat, dado a insistência em utilizar a mesma sonoridade. Todavia, a repetição em si não se mostra somente nas batidas, apesar de nela estar mais escancarada, também sendo possível notá-la nas letras das músicas. O disco gira em torno de amor, sexo e liberdade, que se entrelaçam o tempo todo e, quando as coisas começam a mudar com pov, o álbum se encerra.


Pov significa ponto de vista, e é, sem sombra de dúvidas, a melhor música do disco, sendo a partir dele que observo a obra como um todo. O disco tem acertos e erros, isso é indiscutível e, novamente, um dos maiores erros é a repetição, músicas que se confundem pela falta de identidade. Apesar disso, das 14 músicas, 9 ou 10 são muito boas, ou seja, o disco em sua maioria consegue ter um resultado positivo. Pela proposta buscada, Ariana conseguiu entregar um bom trabalho, que se tivesse retirado músicas fracas como six thirty, my hair, west side e nasty, teria um resultado final ainda melhor, pois evitaria o desgaste presente nas repetições e conseguiria oferecer um conteúdo mais enxuto com foco melhor estabelecido.


Mesmo com uma disposição bem pensada das músicas no início do álbum, o problema que se encontra no meio do disco compromete o resultado final, que mesmo com pov fechando o trabalho de forma magistral, ainda não consegue esconder a falta de identidade que algumas músicas possuem. Ainda assim, está longe de encarar esse álbum como ruim, mesmo com alguns deslizes, como os já citados, a execução final e disposição de Ariana nas canções consegue superar qualquer erro de produção.



Positions veio para fechar uma era da Ariana e começar a traçar novos rumos para a carreira da artista, e ele cumpre esse papel com o público alvo. Maduro e com letras mais explícitas, o disco se apresenta como um “bom vinho” para o público jovem-adulto que cresce e acompanha a artista desde a adolescência, principalmente em tempos de pandemia.


Com foco em amores e positividades, Positions consegue acalmar o ritmo que a cantora vinha tendo desde Sweetener, em um tempo que necessita de paciência e esperança. Como dito, um dos pontos prejudiciais para o disco foi ter vindo após trabalhos tão bem executados, mas, outro ponto que se deve levar em conta, é o momento em que ele foi lançado. Mesmo todos passando por um período difícil e caótico, Ariana conseguiu se desdobrar e oferecer um pouco de amor, intimidade e leveza para o público.


Ariana Grande passou por momentos muito dificeis em sua carreira para conseguir chegar aonde está hoje e lançar um trabalho maduro e cativante, desde a morte de seu ex- namorado Mac Miller aos atentados terroristas no seu show em Manchester da turnê do seu terceiro álbum de estúdio Dangerous Woman que deixou 22 mortos.


A cantora, que possui apenas 27 anos, tem em seu currículo programas de TV marcantes como Brilhante Victória, Sam & Cat, ambos produtos da Nickelodeon, e Scream Queens da Fox. Além das séries, a artista está prestes a lançar um novo filme em parceria com a Netflix que conta com grande elenco, como Meryl Streep, Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence.


Fechando um ciclo em sua vida com Positions, Ariana Grande mostra ao público que, com muita força e dedicação, é possível tirar, nem que seja pouco, proveito de algumas adversidades colocadas em nosso caminho, desde que tenha amor, calma, leveza e positividade.



 

As opiniões expressas pelos autores pertencem a eles e não refletem necessariamente a opinião do 4 Estações.

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