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[Opinião] Por que o funk é tão importante para a cultura brasileira?

  • Foto do escritor: Maria Julia Araujo
    Maria Julia Araujo
  • 30 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de out. de 2022

Inicialmente derivado da soul music – gênero musical inspirado no Rhythm and blues e no gospel dos EUA, entre o fim dos anos 1950 e início dos anos 1960, especialmente entre os negros – o gênero, com o passar dos anos, sofreu diversas transformações.


Trazido para o Brasil no final dos anos 70, os primeiros bailes eram realizados na zona sul do Rio de Janeiro (área nobre da cidade). Após o crescimento do MPB e uso do local onde aconteciam os bailes, o Canecão, o funk foi adentrando nas favelas.


No início dos anos 2000 foi quando o funk teve sua maior transformação no país. Os eventos já não aconteciam somente nas favelas, mas também em casas noturnas. Nessa época, os grupos musicais começaram a fazer sucesso, dentre eles o Furacão 2000, um marco para o mundo do funk até hoje, pois a partir dele o Brasil como um todo passou a consumir o estilo musical.



O funk, assim como outros gêneros musicais, possui elementos controversos. O principal ponto de debate, de certo, são as letras. Porém, elas não são a única razão das divergências quanto a este gênero musical.


Esse estilo nasceu na periferia dos Estados Unidos, em contrapartida, quando chegou ao nosso país, foi tentado a ser da elite, o que não durou muito tempo. O fato de ser cantado majoritariamente por pessoas periféricas, pobres e negras causa um incômodo velado. Os preconceitos que o funk sofre são disfarçados de comentários como “não gosto do estilo”, “não faz meu tipo”, “só tem barulho”, entre diversos outros que na realidade apenas disfarçam o preconceito.


No ano de 2017, uma sugestão de projeto de lei criminalizando o funk atingiu 20 mil assinaturas, número mínimo para que uma proposta seja encaminhada para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e debatida pelos senadores. O projeto, de autoria do empresário Marcelo Alonso, classifica o gênero musical como crime de saúde pública à criança, ao adolescente e à família.


Entretanto, a CDH decidiu por não transformar a sugestão em projeto de lei. De acordo com a comissão, a matéria iria contra a cláusula pétrea – que não pode ser alterada – da Constituição (localizadas no Art. 60, § 4).


O funk, sendo um gênero musical como qualquer outro, busca trazer alguma mensagem inspirado no meio em que é inserido. Atualmente, diversos jovens da periferia têm a vida transformada do dia para noite graças ao funk e o que a música proporcionou a eles. Não se pode negar o fato de que o estilo vem crescendo a cada dia mais e que ele traz um espaço de fala para quem antes nunca teve voz.


 

As opiniões expressas pelos autores pertencem a eles e não refletem necessariamente a opinião do 4Estações.


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