The Eras Tour e Uberlândia: fãs locais comentam os impasses com shows de Taylor Swift no Brasil

Apresentação do dia 18/11 foi adiada e causou movimentação na rotina de quem viajou de Minas Gerais para a apresentação

No Brasil, além do Rio de Janeiro, Taylor Swift também se apresentou em São Paulo | Foto: Buda Mendes/Getty Images

No dia 17/11, aconteceu, no Rio de Janeiro, o primeiro show da The Eras Tour, de Taylor Swift, no Brasil. Devido às altas temperaturas na cidade e a falta de organização do evento, que proibiu a entrada com garrafas de água no estádio, centenas de pessoas tiveram mal-estar e Ana Benevides, uma fã de 23 anos, faleceu. A jovem não resistiu a duas paradas cardiorrespiratórias durante o show que aconteceu no estádio Nilton Santos, o Engenhão, produzido pela Time For Fun (T4F). Naquele dia, o Rio de Janeiro enfrentou temperaturas próximas a 40 ºC.

O segundo show da artista aconteceria no sábado, 18/11, mas foi adiado. O pronunciamento ocorreu às 17h30, apenas duas horas antes do horário de início da apresentação. Alguns fãs já estavam dentro do estádio quando foi anunciado que a apresentação aconteceria na segunda-feira, dia 20.

O adiamento dividiu opiniões e acabou prejudicando alguns fãs que não tinham como continuar na cidade até a próxima data. O 4Estações conversou com duas fãs de Uberlândia (MG) que foram para o show do dia 18. Maria Clara Medeiros viajou com a família e conseguiu ficar até segunda-feira. “Como eu fui com a minha irmã de 16 anos para o show, meus pais decidiram ir juntos. Fomos de carro e ficamos hospedados na casa de uma prima. Então, na questão logística, não tive muita dificuldade de organizar as coisas para ficar na cidade”, conta Medeiros.

Maria Clara e irmã no show remarcado dia 20/11 | Foto: Arquivo pessoal

A família toda precisou de reorganizar para conseguir passar o final de semana na cidade. “O maior problema que tive foi com faculdade/trabalho, porque o nosso plano inicial era voltar para Uberlândia no domingo. Minha mãe teve que pedir mais dois dias de folga no trabalho, meu pai teve que se organizar para fazer um trabalho da faculdade durante a viagem e eu tive que pedir folga no trabalho e ajuda dos meus colegas para me cobrir na finalização de uma atividade da faculdade”, conta.

Apesar dos problemas, Medeiros acredita que o adiamento foi a melhor opção. De acordo com a estudante de Design, na segunda-feira, a produção estava mais organizada e o show estava relativamente mais vazio. Porém, ela conta que até a apresentação efetiva de Taylor, ela e outros fãs ainda estavam receosos de um segundo adiamento.

Já Letícia Diniz, que também saiu de Uberlândia, não conseguiu ficar para o show de segunda-feira. Ela conta que foi para a fila mais tarde, justamente por causa do calor, e que soube primeiro pela Internet que o show havia sido adiado.  “Primeiro fomos para o estádio pegar o pacote VIP, às 10h. Como já estava muito quente, decidimos ir mais tarde [para a fila]. Chegamos às 14h30 e entramos umas 15h. Estava há quase três horas dentro do estádio quando anunciaram de fato [o adiamento do show]. Pela Internet, soubemos uns 15 minutos antes”, relata.

Diniz ainda conta que o cansaço e expectativa foram as principais frustrações, já que, junto com outras duas pessoas, estava realizando um sonho. Ela tentará por meio da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), conseguir o reembolso dos gastos com ingresso, hotel, gasolina e pedágio, já que foram de carro para o Rio de Janeiro.

“Friendships bracelets” de Letícia, momentos antes do adiamento do show, dia 18/11 | Foto: Letícia Diniz

O Procon de Uberlândia se pronunciou sobre o ocorrido, já que mais de 100 consumidores uberlandenses foram assistir ao show. O órgão solicitou informações e determinou que a T4F crie um canal de comunicação fácil com os consumidores, permitindo a solicitação de troca dos ingressos, restituição dos valores pagos, assim como reembolso de despesas ocasionadas pelo adiamento do show. O 4Estações entrou em contato com o Procon, a fim de saber novas atualizações sobre o caso, mas, de acordo com ele, até o momento não houve progresso.