Turnê de Ana Cañas chega a Uberlândia nesta sexta (19); confira entrevista com a cantora
- Túlio Daniel
- 18 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Interpretando Belchior, ideia das apresentações surgiu de uma live feita durante a pandemia de covid-19

Na próxima sexta-feira (19), a cantora Ana Cañas chega à Uberlândia (MG) com a turnê Ana Cañas Canta Belchior. O show homenageia Belchior, artista cearense que foi grande destaque da MPB no país. Com mais de cem performances realizadas, a ideia surgiu de uma live realizada por Ana durante a pandemia de covid-19. Em 2022, a turnê foi eleita a Melhor do Ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
Com grandes sucessos, a artista ficou conhecida pela parceria com Nando Reis em Pra Você Guardei O Amor. A gravação do show já ultrapassou meio milhão de visualizações no YouTube e no repertório das apresentações estão presentes clássicos como Medo de Avião, Como Nossos Pais e Sujeito de Sorte.
Em Uberlândia, o show acontece no Teatro Municipal e os ingressos podem ser adquiridos aqui. Confira abaixo a entrevista do 4Estações com a cantora:
O que motivou sua escolha em homenagear Belchior?
Descobri Belchior ainda na adolescência pela voz da Elis, mas um laço mais profundo e pessoal com ele se estabeleceu em 2017 quando fui ouvir seus discos. Quando fiz a live em 2020 que viralizou no YouTube e que deu início ao projeto, li as biografias todas, vi dezenas de entrevistas e me aproximei de dois dos seus filhos (Camila e Mikael). Acho que Belchior faz parte do panteón sagrado da música brasileira, é um dos maiores alicerces poéticos e metafísicos que temos na nossa história. É completamente único, um gigante e extremamente atual.
Qual foi a primeira coisa que você pensou quando recebeu a música "Um rolê no céu" e como foi o processo de dar vida para ela?
Foi muito emocionante! Ter acesso a músicas inéditas através dos filhos foi um momento único, jamais esquecerei. O arranjo foi por um caminho natural que a própria composição já sugeria também. Pensar que Belchior usou a palavra "rolê" em 1987 é um assombro!
Qual foi a principal dificuldade de transformar a live em álbum, DVD e turnê?
Várias rsrs. Quando trouxe a banda (a live é apenas um duo de teclado e violão) precisei formatar novos arranjos e ideias. Trazer uma roupagem moderna sem perder a essência. Foi a primeira vez na vida que também assumi a direção artística de um show, a direção musical. Fiquei insegura, mas fui em frente. Era uma grande responsabilidade fazer isso pensando no legado e na imensidão do amor que as pessoas têm por sua obra.
Como cantora e compositora, como está sendo essa experiência em trabalhar com outros artistas como Ney Matogrosso e Rael?
Sempre maravilhoso! São dois grandes amigos que a vida me trouxe. Duas pessoas especiais, tranquilas, acessíveis. O Ney tem um papel importante na minha vida, para além da música. É um privilégio cantar com ele, sempre. Um artista de um quilate infinito na nossa música.
Como está sendo sua experiência com esse projeto?
Maravilhosa, um salto existencial. Ressignificou meu canto, meu entendimento do palco, dos arranjos, do que é cantar para um Brasil profundo e real - seja em praças de cidades pequenas ou nos maiores teatros do Brasil. Uma emoção sem igual.
Por fim, quais são suas expectativas com esse projeto que ainda está em desenvolvimento?
Emoção. Sempre busco a lágrima, a catarse, a alegria, o riso desmedido, a alegria que transforma. É um salto no abismo, mas, em todas as vezes, o público foi muito acolhedor e afetuoso. Tem sido a fase mais bonita da minha vida toda! Um beijo e obrigada!
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