A relação mútua entre música e esporte
- Péricles Hortênsio
- 27 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de out. de 2022
Em tempos de Olimpíadas, entenda como a música pode beneficiar a prática esportiva
Na última quinta (23), iniciou-se os Jogos Olímpicos de Verão de 2020, em Tóquio, depois de um ano de atraso por causa da pandemia de covid-19. Com as Olimpíadas, muito foi comentado sobre a relação entre o esporte e a música. Por mais que não percebamos, eles estão interligados há muito tempo e as cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas, por exemplo, mostram claramente essa junção. Outro exemplo é a Copa do Mundo, em que já existe a tradição de, a cada edição, ter uma música tema que acompanhará a realização do evento.
A música também está presente dentro de modalidades esportivas, como na ginástica artística, por exemplo. No domingo (25), a brasileira Rebeca Andrade se classificou para as finais da modalidade. A apresentação da ginasta foi ao som do hit Baile de Favela, do MC João, ressaltando a influência do funk e a importância da música em competições esportivas.

Estudos comprovam que ouvir música durante a execução de uma atividade física apresenta diversas vantagens. Isso acontece porque ao escutar música, ativamos uma região do nosso cérebro chamada de núcleo accumbens, responsável por controlar a liberação de dopamina, neurotransmissor encarregado pelas sensações de bem-estar e prazer. Como consequência, nosso humor melhora e nos sentimos mais felizes. Nas atividades físicas, a música tem o poder de aliviar nossa mente das sensações negativas como dor e fadiga, diminuindo, assim, a percepção de esforço. Por esse motivo, a Federação de Atletismo proíbe o uso de fone de ouvido em algumas modalidades, como a corrida, pois alegam que o efeito positivo da música no cérebro afeta o desempenho dos competidores e isso é considerado doping.
A plataforma de streaming Spotify possui uma sessão em seu aplicativo com diversas playlists para inspirar e ajudar na hora do treino.
Fato é que, a relação entre música e esporte é tão forte que algumas modalidades esportivas possuem até mesmo trilha sonora. Um exemplo disso é a música Eye of the Tiger, da banda norte-americana Survivor, que nos lembra automaticamente alguma modalidade de luta, por conta do filme Rocky III, estrelado por Sylvester Stallone em 1982 e que tinha a música como tema.
Nos Estados Unidos, a música marca presença nos intervalos dos esportes, conhecido como Half Time Show. Na modalidade de Futebol Americano, o Super Bowl, organizado pela NFL, já se tornou um evento à parte com shows históricos de artistas como Beyoncé, Madonna, Lady Gaga, Katy Perry, The Weeknd e muitos outros.
Já no basquete, organizado pela liga NBA, também é comum a realização de shows de diversos artistas. Na edição deste ano, Ludmilla marcou presença cantando seus grandes hits.
Nas Olimpíadas de Tóquio, a música brasileira tem marcado forte presença em várias competições. Além de Baile de Favela, do MC João, músicas de Anitta, Pabllo Vittar, Israel & Rodolffo, Ivete Sangalo e Barões da Pisadinha foram tocadas durante os jogos do maior evento esportivo do mundo. O DJ austríaco Stari é um dos responsáveis por montar a setlist e afirmou, em entrevista ao G1, que pesquisou músicas e artistas que fizeram sucesso em cada país, neste ano, para montar sua playlist.
Com tanta presença e impacto, percebe-se o quanto a música e o esporte possuem muito em comum. Juntos, são responsáveis pela criação e fortalecimento de laços entre pessoas do mundo todo, além de serem fontes de entretenimento e capazes de arrastar multidões em eventos.
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