Fundinho Festival apresenta estilos únicos e atrai público de toda a cidade
- 4Estações
- 21 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de set. de 2023
Evento reuniu mais de 8 mil pessoas para saudar o jazz e o blues, e comemorar os 135 anos de Uberlândia
por Caio Alves, Lyege Evangelista e Suianne Souza

No último sábado (16) aconteceu na praça Coronel Carneiro, em Uberlândia (MG), a sétima edição do Fundinho Festival - Jazz e Blues, evento gratuito e aberto ao público. Ele foi apresentado via Programa Municipal de Incentivo à Cultura pelo Sistema Martins, que completa 70 anos, e contou com um enorme palco pelo qual passaram bandas da região.
A festa de melodias ocorre anualmente desde 2017 com o objetivo de valorizar o Fundinho, polo cultural e gastronômico e um dos bairros mais antigos e históricos do município uberlandense. A novidade para comemorar os 135 anos da cidade foi a estreia do Bluescongadajazz, um show que remeteu à bicentenária Festa da Congada, que também ocorre no bairro Fundinho, e que foi dividido em dois momentos, mesclando os estilos de matrizes africanas.
A line up foi majoritariamente preenchida por atrações locais, sendo elas: Merece uma agulha – Discotecagem em vinil, Allsiders Blues Band, Tim Fernandes Quarteto, Funk-se, Black Jack 21, Bluescongada, Jack Will Trill e Congadajazz, além do grupo uberabense Glau Mineira Quarteto, que encerrou os trabalhos. Entre os nove shows, seis eram inéditos.
Segundo os organizadores, o evento recebeu um público constante desde seu início e superou as expectativas, contando com aproximadamente 8 mil pessoas ao longo do dia. Tal público, além de apreciar a música, aproveitou as diversas opções de alimentação e bebida para preencher o dia e adentrar a noite.
Um festival histórico

A comemoração do 135° aniversário de Uberlândia por si só já é um evento histórico e para aumentar esse sentimento a apresentação inédita do Congadajazz e do Bluescongada proporcionaram ao público uma experiência incrível e inédita.
A união dos dois ritmos de matriz africana contagiou as pessoas que dançaram, cantaram e se emocionaram com a apresentação. Inclusive as crianças, que se aglomeraram ao redor do palco e chegaram a ser convidadas pelo terno da congada para subir no palco.
Em entrevista, o baixista Sérgio Oliveira, que se apresentou com Jack Will Trill e fez parte do Congadajazz, contou que, no início, a proposta de unir os dois ritmos foi um desafio, mas que ao final tudo se harmonizou muito bem e que o resultado foi maior do que esperavam.
O capitão do Terno Moçambique Raízes, Claudinho, contou que, inicialmente, estranhou o convite para participar do festival, mas foi tranquilizado por Jack Will, um artista o qual ele considera “saber muito” de música. Aos poucos, os instrumentistas foram encaixando a congada, o moçambique, os cantos com o baixo, a bateria e o trompete, resultando em uma verdadeira e original sinfonia de estilos. “Para a gente foi uma gratificação muito grande. Eu estou muito feliz saindo aqui desse festival, foi muito bom mesmo”, relata Claudinho.
O grupo Funk-se, formado em junho deste ano, também foi novidade e se destacou por chamar à dança um público ainda tímido devido ao sol quente. Indagado a respeito do sentimento de participar do festival pela primeira vez, o vocalista Matheus Jacob comentou: “É um misto de sentimentos. Eu encontrei essa galera esse ano, em junho. Com muitos gostos em comum e uma vontade de fazer um som novo na cidade, isso foi ficando mais sério com o tempo. Então, acho que o Festival Fundinho foi a maior resposta para sabermos que estávamos no começo de uma parada real”.
Outro som inédito no palco foi o da Allsiders Blues Band, que completarão um ano de existência em outubro de 2023. Francis Miranda, vocalista, classificou a participação do conjunto no evento como uma realização. “Essa energia de alma pela música, pela vida, foi o que possibilitou essa realização”. Já o integrante e guitarrista Moreno Junqueira disse: “É o meu primeiro festival. Muito organizado, excelentes bandas, um dia ensolarado, bonito, tudo fantástico”.
Visando um futuro de inclusão e pluralidade artística

Marcelo Mamede, coordenador e um dos idealizadores do Fundinho Festival, disse em entrevista que, a cada ano, eles tentam trazer artistas para instigar o público com novas produções. “A gente tem de provocar. Ainda tem mais coisas para ampliarmos a diversidade. Recentemente escrevemos um projeto nosso para um edital da Funarte, pelo qual também devemos trazer mulheres trans para o palco. Nós sabemos que a participação das mulheres, principalmente das mulheres negras… a gente precisa agregá-las cada vez mais conosco. É uma pauta constante e nós estamos lutando para aumentar essa diversidade”, diz Mamede.
Quanto à multiplicidade de locais, o coordenador relata estarem tentando levar o festival para outras cidades, onde cada um teria um nome diferente. “Nós conseguimos fazer isso em Araxá. Nos dias 15 e 16 de abril nós realizamos o Araxá Festival - Jazz e Blues. E a ideia é essa, ir levando esse festival e essa diversidade de sons, essas várias vertentes do jazz e do blues para outras cidades”, finaliza.
Em breve, você confere no podcast 4Estações Entrevista nossa conversa completa com os organizadores e as bandas que passaram pelo festival.
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